A UFBA decidiu suspender, por tempo indeterminado, suas atividades acadêmicas e administrativas, priorizando, assim, a preservação da saúde de sua comunidade – professores, estudantes, técnicos e profissionais terceirizados –, face ao prognóstico de rápida expansão, no decorrer das próximas semanas, da pandemia do novo coronavírus no Brasil. Com essa decisão, tomada por unanimidade por seu Conselho Universitário, reunido em 18 de março de 2020, a UFBA atende às recomendações da Organização Mundial da Saúde e das autoridades sanitárias nacionais, certa de estar contribuindo da melhor maneira possível para minimizar as condições de transmissão do coronavírus.

O Tele Coronavírus foi lançado nesta terça-feira, 24 de março, e tem o objetivo de orientar a população e esclarecer dúvidas sobre a pandemia do novo coronavírus. Por meio do número 155, de 7h às 19h, todos dos dias, uma equipe que já soma 70 médicos e 1.200 estudantes de medicina atuará na triagem à distância de casos de suspeita de Covid-19. Idealizado em parceria pela UFBA e pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Bahia), o projeto recebeu apoio do Governo do Estado e hoje agrega diversas escolas médicas federais, estaduais e privadas.

Em uma das iniciativas da Universidade para ajudar no combate à pandemia do novo coronavírus, laboratórios da UFBA em Salvador e em Vitória da Conquista, no Instituto Multidisciplinar em Saúde (IMS), estão intensificando a produção de álcool. De acordo com o vice-diretor da Faculdade de Farmácia, Denis Soares, há capacidade para produzir até 200 kg de álcool gel no laboratório em Salvador, que serão distribuídos, inicialmente, aos hospitais universitários. Já o laboratório farmacotécnico no IMS, em Vitória da Conquista, estabeleceu parceria com a prefeitura local para diluir álcool líquido 96% para entregar a substância na forma de álcool 70%, concentração indicada para uso caso de indisponibilidade do álcool gel.

No dia 19 de março, foi amplamente divulgado pela grande mídia e pelas redes sociais a descoberta de que uma droga, a cloroquina, se mostrou eficaz no tratamento de casos da Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. Embora haja algumas evidências, em experimentos de laboratório, de que esse medicamento tem efeito antiviral, inclusive contra o SARS-CoV-2 (o tipo de coronavírus que causa a Covid-19), cumpre alertar à população que os estudos científicos disponíveis para uso em humanos ainda são ainda muito insuficientes para indicar o uso deste medicamento aos pacientes acometidos pela Covid-19.

Uma campanha promovida por professores e estudantes do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA já distribuiu cerca de 500 kits de higiene e lanche para pessoas em situação de rua. O objetivo é ajudar a conter o avanço da Covid-19 na parcela da população mais vulnerável de Salvador. A ação também recebe apoio do projeto “Corra para o Abraço”, da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia (SJDHDS), estudantes da Escola de Enfermagem (UFBA), Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA) e da Unijorge.

Além da microcefalia, as crianças diagnosticadas com a síndrome congênita do zika vírus podem apresentar, simultaneamente, até cinco danos cerebrais agravantes para o desenvolvimento neuropsicológico. É o que aponta um estudo do Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da UFBA publicado no International Journal of Developmental Neuroscience. O estudo compõe a coorte do projeto “Desenvolvimento Infantil na Comunidade” (DICa) do ISC, que tem o objetivo de acompanhar o desenvolvimento das crianças nascidas durante o surto da zika, em 2015, no contexto da atenção básica.