HUPES celebra 70 anos de assistência à saúde, ensino e pesquisa

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O reitor Edgard Santos mostra instalações ao presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, no ato de inauguração

 Os 70 anos de fundação do Hospital Universitário Professor Edgar Santos (Hupes) foram comemorados em cerimônia no salão nobre da reitoria da UFBA, na noite de quarta-feira, 21 de novembro. Foi em 1948, na mesma data, após 10 anos de esforços insistentes e contínuos pela liberação de verbas junto ao Ministério da Educação e outros órgãos do governo federal para a construção do prédio e compra de equipamentos, que o já então reitor Edgard Santos comandou a inauguração do Hospital das Clínicas, com a presença do presidente da República, Eurico Gaspar Dutra.

De fato, ele era ainda diretor da Faculdade de Medicina quando começou sua batalha pessoal pela materialização do hospital que, várias décadas depois, levaria seu nome. E seguiu em frente com a empreitada pelos dois primeiros anos de seu reitorado (1946-1961), até ver o sucesso de seu projeto.

Esses e outros lances da história do hospital foram lembrados, ao longo da cerimônia, nas falas de alguns dos integrantes da mesa presidida pelo reitor João Carlos Salles e composta por Paulo Miguez, vice-reitor da UFBA, Fábio Vilas Boas, secretário estadual da Saúde, Kleber de Melo Morais, presidente da Ebserh, Antonio Carlos Lemos, superintendente do Complexo Hupes, Robson Moura, presidente da Associação Baiana de Medicina, e Antônio Carlos Vieira Lopes, presidente da Academia de Medicina da Bahia. O ex-reitor e ex-governador Roberto Santos, filho de Edgard Santos, embora não sentado à mesa, e sim numa das cadeiras do chamado doutoral do salão nobre, a integrava, e foi homenageado seguidas vezes durante a solenidade.

Mesa inauguração Hupes 1

Da esquerda para a direita, vice-reitor Paulo Miguez; presidente da Associação Baiana de Medicina, Robson Moura; secretário estadual Fábio Villas Boas, da Saúde; reitor João Carlos Salles; presidente da Ebserh, Kleber Morais; superintendente do Complexo Hupes, Antonio Carlos Lemos, e presidente da Academia de Medicina da Bahia, Antonio Carlos Vieira Lopes

 

Instituições e democracia

O hospital universitário foi  concebido “para prestar assistência e, ao mesmo tempo, permitir o ensino e a pesquisa de alto padrão”, disse, em sua fala na cerimônia, o superintendente do Complexo Hupes, Antônio Carlos Lemos, professor da Faculdade de Medicina, formado médico pela UFBA em 1974. Uma vez inaugurado, o hospital “destacou-se tanto pela infraestrutura física e tecnológica, dentro dos padrões mais avançados para a época, quanto por implementar inovações na área de assistência hospitalar”, completou. Lemos lembrou ainda que o atual Hupes, com atendimentos  integralmente oferecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é um dos maiores hospitais públicos da Bahia e o quarto mais avançado em pesquisa na rede de hospitais universitários federais hoje gerenciada pela  Ebserh.

Lemos traçou uma longa linha de pesquisadores responsáveis por estudos de alta relevância desenvolvidos no hospital desde seus primeiros anos, a começar pelo professor Fernando Freire de Carvalho Luz, formado médico em 1937, passando por Roberto Santos, Zilton Andrade, Francisco Peltier de Queiroz, Ernane Gusmão, Rodolfo Teixeira, Armênio Guimarães, até chegar aos anos recentes, citando Edgar de Carvalho, entre outros.

Último da noite a fazer uso da palavra, o reitor João Carlos Salles começou saudando o ex-reitor Roberto Santos, que “simboliza a ligação fundamental entre o Hospital Universitário Professor Edgard Santos e a UFBA”. Contou que muitas pessoas presentes na cerimônia, ao cumprimentá-lo pouco tempo antes, referiram-se ao hospital e à UFBA como a sua casa, o lugar a que dedicaram seus talentos e seus valores, sua vida, em suma. “Eram pessoas da Medicina, de Farmácia, de Nutrição, de Enfermagem, essas escolas que se realizam no hospital, como o hospital se realiza na UFBA, lugar de nossos sonhos”, disse.

Essa introdução foi o caminho para fazer, mais uma vez, a defesa eloquente da comunidade universitária e de sua capacidade de agir autônoma e democraticamente para definir os rumos da universidade. “Queremos que a definição de nossos dirigentes resulte do exercício de nossas vontades coletivas, não do trabalho de comitês de busca, que podem satisfazer os desejos empresariais, mas não respondem ao sentimento público que caracteriza a universidade”. Acrescentou ainda que, ao celebrar a universidade, “estamos celebrando algo que é maior que nós e, porque é maior, solicita uma energia pública mais forte, solicita a sabedoria da própria comunidade para escolher seus rumos e fazer valer, justificar, a existência dessa instituição, que não é uma aposta do passado apenas, mas uma aposta cotidiana no nosso futuro e no futuro de nossa sociedade”,

João Carlos Salles aprofundaria o tema da democracia em sua palestra na manhã do dia seguinte, no Congresso do Hupes, ao tratar da mediação de conflitos no ambiente público. Em sua visão, na democracia, marcada pelo livre exercício da cidadania, os conflitos existem, dado que são inerentes à condição humana, e têm a possibilidade de emergir. A aposta radical na linguagem, na escuta e na elaboração do argumento, na construção de verdadeiros espaços públicos — não os das redes sociais online — , seriam então as balizas para uma mediação verdadeira de conflitos e de problemas que afligem a sociedade.

Medalha Roberto Santos

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Ex-reitor Roberto Santos e Antonio Carlos Lemos

Os 70 anos do Hupes foram marcados também pela criação da medalha professor Roberto Santos para homenagear homenagear personalidades que contribuíram de modo excepcional e decisivo para a valorização institucional, social e acadêmica do hospital. Técnico-administrativo aposentado, professor aposentado e personalidades foram as três categorias contempladas.

A destacar ainda, nas comemorações, a inauguração, na quinta-feira, 22, de obras de construção de novas unidades, de ampliações e reformas, a saber: Unidade de Tratamento Intensivo Pediátrica; Serviços de Ecografia, Dopler Vascular e Transesofágico; Unidade de Processamento de Material Esterilizado; Unidade de Laboratório de Análises Clínicas; Unidade de Internação 1C e passarela de interligação do Centro Pediátrico Professor Hosannah de Oliveira e Ambulatório Magalhães Neto.

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