Coordenado pela UFBA, Rede Educa Nordeste vai estimular a aprendizagem de Ciências nas escolas

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Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte e Sergipe formam a Rede Educa Nordeste – Educação Colaborativa em Ação Nordeste – que reúne 17 instituições de ensino superior e 91 escolas públicas dos quatro estados para pensar e executar ações para melhoria do ensino e da aprendizagem em Ciências nas escolas de educação básica. Somente na Bahia, serão 53 escolas beneficiadas.

O projeto, sob coordenação central da UFBA, está entre 19 projetos aprovados no programa Ciência na Escola, conduzido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), Ministério da Educação (MEC), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

“A Universidade Pública, incluindo a UFBA,  hoje já  tem programas e projetos que objetivam a melhoria da qualidade da educação básica, como formação inicial e continuada de professores, o Programa Institucional de Bolsas de de Iniciação à Docência (Pibid), o programa da residência pedagógica e diversos projetos de extensão. O programa Ciência na Escola potencializará essas experiências já consolidadas e intensificará a relação da UFBA e de outras instituições de ensino superior com a educação básica nos estados da Bahia, Sergipe, Paraíba e Rio Grande do Norte. Dessa maneira, mais uma vez a Universidade fortalece o regime de colaboração na educação nacional e seu compromisso com a sociedade brasileira”, afirma o pró-reitor de graduação, Penildon Silva Filho.

“Boa sorte é o que acontece quando a oportunidade encontra o planejamento.” A frase de Thomas Edison, inventor com mais de duas mil patentes, entre elas o fonógrafo, ilustra os caminhos da Rede Educa Nordeste, que busca melhorar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) dos quatro estados da rede. O planejamento de ações, que envolve quatro frentes, já está em curso, são eles: formação para a investigação da prática pedagógica de professores; formação para a investigação de estudantes; produção de materiais curriculares e materiais curriculares educativos; e divulgação científica para a comunidade de ações e de produtos educacionais.

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Da esquerda para direito, Marcius Gomes (coordenador executivo de programas e projetos estratégicos de educação- SEC/Bahia), Mayara de Jesus Almeida (coordenadora da diretoria de políticas e programas e da superintendência de desenvolvimento científico da Secti/BA) e Andreia Oliveira

Essas ações foram apresentadas durante o seminário Marco Zero, em Brasília, nos dias 3 e 4 de dezembro, pela coordenadora do projeto na UFBA, Andreia Oliveira, mais conhecida por Deinha. Ela, que é professora da Faculdade de Educação, afirma que pensar educação é pensar em processo e não imediatismo.

“O projeto envolve diferentes esferas, que irão trabalhar, produzir, discutir e problematizar o Ensino de Ciências de forma crítica e transformadora, de modo a ajudar pessoas a viverem nesse mundo tão complexo, com tantas demandas e problemas”, destaca Oliveira, que também é coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Ensino, Filosofia e História das Ciências da UFBA/UEFS. Em sua opinião, a Rede Educa Nordeste irá contribuir para que, “em dois, três, cinco anos, o ensino de ciência apresente índices melhores”.

Ao explicar o atual quadro da educação básica no Brasil, Oliveira citou o resultado do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês) – mais importante ranking mundial de educação -, divulgado neste mês de dezembro, no qual o Brasil não avançou significativamente no desempenho de estudantes em leitura, matemática e ciências, amargando as últimas dez colocações do mundo na prova de matemática.

Para mudar essa realidade e atingir a melhoria do ensino de Ciências e estimular o surgimento de jovens cientistas, as escolas e institutos de ensino superior são a energia propulsora do programa Ciência na Escola, que, em 02 de dezembro, foi instituído pelo decreto Nº 10.151/2019. O primeiro desafio será promover a verdade sobre quem pode fazer ciência: todos e todas! Sem discriminação de sexo, raça e etnia, não sendo propriedade intelectual de um grupo social, ideia perpetuada pelas desigualdades existentes no país. A questão de gênero é forte e a exclusão precisa ser combatida, afirma Oliveira, ao lembrar que as carreiras científicas no país foram, historicamente, mais ocupadas por homens do que mulheres.

capa-rede-educaO projeto irá trabalhar, explica Oliveira, diretamente com o professor das escolas – “que está na sala de aula, produzindo ciência com estudantes diariamente” – contribuindo para pensar, na universidade, modos de trabalhar e desenvolver o ensino e aprendizagem de Ciências. O elevado índice de vulnerabilidade socioeconômica de estudantes foi o principal critério de escolha das 91 escolas participantes da Rede Educa Nordeste.

O Programa Ciência na Escola prevê também ultrapassar o ambiente escolar, por meio do apoio e da promoção de Feiras de Ciências e outros eventos, a exemplo de exibir produções científicas em locais públicos, como “Ciência na Praça”, apresentando à população o resultado da dedicação e compromisso de estudantes e professores. Os conteúdos educativos na área de Ensino de Ciências serão disponibilizados em um portal por meio dos produtos bibliotecas, casotecas, jogotecas e videotecas. Esse portal da Rede Educa Nordeste manterá a população informada sobre as principais ações do projeto, que terá duração de 30 meses.

Na UFBA, além da Faculdade de Educação, os institutos de Biologia, Química, Geociências, Física, Matemática e Estatística e a Escola Politécnica estão envolvidas no projeto.

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