A Fundação Fernando Leite Couto, de Moçambique – presidida pelo escritor Mia Couto e que leva o nome de seu pai – enviou carta à Fundação de Apoio à Pesquisa e Expansão (Fapex) da UFBA, agradecendo à doação enviada pela Universidade em resposta à emergência da cidade da Beira, na região central do país, devastada pelo ciclone Idai, em março do ano passado.
O documento destaca que o gesto de ajuda “foi bem mais que uma doação. Foi uma prova de que o espírito solidário permanece vivo e é mais forte que a distância, a insensibilidade e as fronteiras”.
A carta informa que A Fundação Fernando Leite Couto e a Cruz Vermelha de Moçambique estabeleceram em Maputo, capital moçambicana, um acordo que define as modalidades de aplicação imediata, responsável e transparente das contribuições. As doações da UFBA, diz o documento, “foram canalizadas para ajuda humanitária imediata e na reconstrução da Escola Primária Heróis Moçambicanos, na cidade da Beira, que acolhe mais de 1200 alunos”. O próprio Mia Couto assina a carta: “Um grande abraço nosso que, estamos certos, exprime a gratidão de um povo inteiro.”
A iniciativa para ajudar as vítimas do ciclone partiu de um grupo de estudantes moçambicanos residentes em Salvador, a maior parte em cursos de pós-graduação da UFBA, e foi acolhida imediatamente pela Administração Central da Universidade, ciente da necessidade de contribuir para com as pessoas atingidas.
O vice-reitor Paulo Miguez, um dos articuladores da campanha junto aos estudantes, técnicos e professores da UFBA, relembrou, na época, os 11 anos vividos na cidade de Maputo, em Moçambique, entre 1982 e 1993, onde nasceram seus filhos. “Me sinto também um cidadão moçambicano”, afirmou Miguez.
A campanha na UFBA foi articulada com a participação da professora Elisabeth Ramos, assessora para Assuntos Internacionais da Universidade, representantes da Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae), da Pró-reitoria de Pesquisa, Ciência e Inovação (Propci) e da Oficina de Relações Internacionais da Faculdade de Direito.
O ciclone Idai devastou a cidade de Beira no dia 14 de março de 2019. Ventos de cerca de 200 km/h e uma série de enchentes provocaram a morte de centenas de pessoas, deixando milhares de desabrigados. O ciclone também afetou Zimbábue e Maláui. De acordo com o Programa Alimentar Mundial (PAM) das Nações Unidas, estimou-se, na época, que foram atingidas mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o Sudeste da África.
Veja a carta: