Pesquisa do Hupes/UFBA investigará impactos da Covid no olfato de pacientes curados da doença

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Cheering smell of coffee, adore this drink.     <a href='https://br.freepik.com/fotos/cafe'><p class=Café foto criado por cookie_studio – br.freepik.com

O Complexo Hospitalar Universitário Professor Edgard Santos da Universidade Federal da Bahia, administrado pela Ebserh (Hupes-UFBA/Ebserh), recruta voluntários para coleta de dados de uma pesquisa sobre olfato e Covid-19. O objetivo é avaliar a eficácia do tratamento denominado treinamento olfatório para a perda de olfato após a doença. Cerca de 130 pacientes serão recrutados para acompanhamento na pesquisa.

O treinamento olfatório tem sido utilizado no Brasil e no mundo para tratar as perdas de olfato pós-infecciosas. Para as outras doenças (gripes e resfriados, por exemplo), o treinamento já foi testado e se mostrou eficaz. Entretanto, como a Covid-19 é uma doença nova, precisa-se realizar um novo estudo para comprovar a eficácia.

“Pretendemos, com esse estudo, aumentar o conhecimento sobre os distúrbios de olfato pós-Covid e melhorar esse sintoma que tanto incomoda os pacientes. Voltar a sentir o cheiro da comida, apreciar o café fresquinho, sentir aquele perfume que tanto gosta. Sem contar que, ao recuperar o olfato, os pacientes poderão se defender melhor de acidentes domésticos tão perigosos como, por exemplo, deixar uma panela de comida no fogo queimando e não identificar prontamente o cheiro de fumaça, gás e ameaças elétricas”, afirma a otorrinolaringologista e pesquisadora colaboradora do Ambulatório Pós-Covid do Hupes, Lorena Pinheiro Figueiredo.

Recrutamento

Essa etapa consiste em convidar pacientes com distúrbios do olfato pós-Covid para participarem do estudo e serem avaliados pela equipe de pesquisa composta por médicos otorrinolaringologistas. Os pacientes receberão kits completos de tratamento e serão acompanhados durante todo o período necessário.

Os pacientes com distúrbios do olfato pós-Covid interessados em participar devem fazer a marcação de consulta para o ambulatório através do número (71) 99260-7038 por mensagem de Whatsapp. Para participar, é preciso ter um teste confirmatório da Covid para serem incluídos no estudo, ter entre 18 e 65 anos e ter tido Covid-19 há mais de três meses.

O projeto está vinculado a Unidade Cérvicofacial do Hupes e a pesquisa ao curso de Doutorado da Pos-Graduação em Ciências da Saúde (PpGCS) da Faculdade de Medicina da UFBA, sob a orientação do Prof. Marcus Lessa.

Metodologia

Os pacientes que participarem do estudo receberão um kit de treinamento olfatório contendo quatro essências. Elas devem ser cheiradas duas vezes ao dia, 15 segundos cada uma – uma espécie de fisioterapia do olfato.

Além do kit, os voluntários receberão também um frasco de comprimidos para ingerir de 12 em 12 horas, por três meses. Metade dos pacientes receberá uma medicação chamada ácido alfa-lipóico (uma medicação com propriedades anti-oxidantes e neurorregenerativas) e a outra metade, comprimidos de placebo (substância utilizada: amido). Como parte da metodologia, pacientes e médicos não saberão quis pacientes tomarão as medicações ou o placebo.

“Estamos tratando de um sentido muito importante para todos nós, diretamente conectado às emoções e à memória. Quando acometidos pela Covid-19, felizmente, a grande maioria dos pacientes melhora. Entretanto, uma pequena parcela de 1 até 5% permanece com alguma alteração no olfato por mais longo período. Com números tão altos de casos de Covid-19 no Brasil e na Bahia, esse percentual, que a princípio parece baixo, gera um número muito grande de pessoas acometidas pelas alterações do olfato. Nossa pesquisa vai oferecer tratamento e assistência a essas pessoas”, explica a médica Lorena Pinheiro Figueiredo.

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