Um novo instrumento para avaliar os cursos de graduação

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Os estudantes de graduação da Universidade Federal da Bahia poderão avaliar com mais precisão a qualidade de seus cursos, o comprometimento dos professores e a infraestrutura dos ambientes de ensino, assim que o novo instrumento de avaliação que vem sendo desenvolvido coletivamente pela comunidade universitária estiver disponível. O desafio de elaborar um instrumento próprio para coleta de dados, interpretação e tratamento das informações obtidas foi encarado em uma série de reuniões itinerantes que vêm sendo realizadas pela Superintendência de Avaliação e Desenvolvimento Institucional (Supad) e pela Comissão Própria de Avaliação (CPA).

Nas reuniões, que aconteceram entre 21/03 e 18/04, debateu-se também a necessidade de sensibilizar a comunidade universitária para a importância da avaliação institucional. O eventos congregaram representantes dos vários cursos de graduação para debater e propor diretrizes que nortearão os vários aspectos do novo instrumento, que atenderá melhor às atuais necessidades da UFBA. Os encontros deram continuidade às discussões do Seminário de Avaliação realizado no Congresso da UFBA, em 2016, e servirão como subsídio para elaboração do novo Plano de Desenvolvimento Institucional – PDI 2017-2021, segundo o coordenador da CPA, professor Jorge Sales.

Coordenador da CPA%2c Jorge Sales

Coordenador da Comissão de Avaliação, Jorge Sales

“Parece haver uma consciência, cada vez mais forte, para a necessidade de melhorar os processos de avaliação”, diz Sales. Isso pôde ser visto na grande quantidade de sugestões apresentadas pelos participantes das reuniões itinerantes. Sales reforça que a participação da comunidade universitária em todas as etapas – desde a concepção do modelo, objetivos, finalidades, procedimentos e instrumentos que serão utilizados, os processos de sensibilização e divulgação dos resultados – é de fundamental importância para a institucionalização de uma cultura de avaliação.

De acordo com o professor, o envolvimento dos diretores de unidades, chefes de departamento e coordenadores de colegiados nas reuniões é estratégico, pois eles têm uma posição privilegiada na interlocução com professores, alunos e servidores técnico-administrativos. O pró-reitor de Ensino de Graduação, professor Penildon Silva Filho, que também acompanhou os encontros itinerantes, enxerga essa série de discussões como “o primeiro passo para a obtenção de diagnósticos fidedignos da atual situação dos cursos de graduação da UFBA”. A partir das informações obtidas por intermédio das avaliações é que será possível estabelecer estratégias para melhoria da qualidade na Universidade, acredita o pró-reitor.

Alterações no SIAV até substituição pelo SIGAA

Junto com a discussão de diversos aspectos inerentes aos processos de avaliação, as reuniões itinerantes analisaram as potencialidades que o atual Sistema de Avaliação (SIAV) pode oferecer enquanto a Universidade não consolida a implantação do novo Sistema de Gerenciamento Acadêmico – SIGAA, que tem um módulo próprio de avaliação. Sales entende que “é necessário um novo sistema que reflita as necessidades atuais de uma instituição com as características e o porte da UFBA”, pois o SIAV, em uso há 13 anos, apresenta limitações decorrentes das várias mudanças que ocorreram na universidade, ao longo desse período.

O atual instrumento avaliativo do SIAV apresenta-se na forma de um formulário com questões fechadas, em múltiplas opções, voltados aos estudantes, no período da realização da matrícula semestral via web. Ao responder, os discentes avaliam aspectos referentes aos componentes curriculares e ao comprometimento do professor e aluno, tendo como referências as disciplinas que foram cursadas no semestre anterior. De acordo com Sales, quase a totalidade dos alunos de graduação participam dessa avaliação semestral, como aconteceu na avaliação de 2016.1, e isso demonstra que o aluno está sensível à importância da avaliação para o aprimoramento contínuo do seu curso.

O sistema ainda é útil, avalia Sales, mas é importante abrir espaço para que sejam abordadas outras questões relacionadas à qualidade da infraestrutura e necessidades do ambiente de aprendizado. Um instrumento mais amplo, com opiniões e percepções dos alunos, permitirá que os resultados sejam interpretados no âmbito dos colegiados e departamentos com mais profundidade e compreensão dos problemas. Só após a interpretação é que se poderá buscar alternativas para aprimorar soluções e medidas para resolver problemas específicos eventualmente apontados, diz Sales.

Além disso, seria mais um reforço para os avaliadores externos examinarem a qualidade da Universidade, que regularmente avaliam os cursos de graduação da Universidade e valendo-se de instrumentos como o ENADE, que é aplicado aos concluintes de grupos de cursos pré-estabelecidos, e visitas in loco, feitas por comissões do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), cujos resultados são também traduzidos em conceitos numa escala de 1 a 5.

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