O Programa Institucional de Internacionalização (Capes-PrInt) da UFBA foi renovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Capes PrInt estimula a internacionalização da pesquisa científica nas instituições universitárias, por meio da oferta de bolsas de estágio em pesquisa de doutorado e pós-doutorado no exterior, além do apoio à vinda de pesquisadores de instituições estrangeiras ao Brasil. Inicialmente previsto para o quadriênio de 2019 a 2022, o novo período abrange agora os anos de 2022, 2023 e 2024.
A renovação faz referência ao projeto da UFBA integralmente aprovado pela Capes no final de 2018, que colocou a Universidade no grupo de 36 instituições de ensino superior brasileiras habilitadas a receber recursos do programa. Iniciado em 2019, o Capes-PrInt UFBA teve as execuções de 2020 e 2021 comprometidas em razão da pandemia, que restringiu viagens internacionais.
“Essa renovação é motivo de orgulho para a instituição que reafirma, assim, a sua vocação para o ensino, pesquisa e extensão inclusiva e de qualidade, a qual é fortemente associada ao esforço institucional de internacionalização”, informou a Pró-reitoria de Ensino e Pós-graduação da UFBA, em comunicado assinado pelo pró-reitor Sérgio Ferreira e pelo coordenador do Capes PrInt na UFBA, professor Olival Freire Jr..
A previsão global do programa na UFBA prevê recursos de R$ 32 milhões. Em 2019, cerca de 8 milhões foram repassados pela Capes, que é responsável por estabelecer os valores que as instituições receberão anualmente. “Estamos na expectativa de que nos próximos dias, até início de março, teremos a definição precisa de valores, quantidades e modalidades de bolsas à disposição da UFBA para execução em 2022”, informa o coordenador.
Freire, que foi pró-Reitor de Pesquisa, Criação e Inovacão entre 2014 e 2019, liderou a construção do Capes PrInt UFBA. Um panorama das ações de internacionalização realizadas pela UFBA a base do relatório que resultou na renovação do Capes-PrInt na Universidade. Em 2019, ano em que o programa foi executado sem interrupções, foram 183 ações de mobilidade ao longo do ano.
“Tivemos 307 candidaturas, das quais 183 aprovadas. Isso foi distribuído da seguinte forma: estudantes tiveram 60 bolsas de doutorado sanduíche; professores da UFBA tiveram 59 bolsas de professor visitante, de 3 a 12 meses; e mais 46 missões de trabalho, de 7 a 20 dias. Além disso, tivemos bolsas para atrair pesquisadores para a UFBA, são as chamadas bolsas jovem talento; e a bolsa pós-doutorado com experiência no exterior, com quatro bolsas em 2019. Também em 2019, mandamos dois técnico-administrativos para o exterior para capacitação linguística, para que eles pudessem ter mais eficiência na interface cotidiana do Capes PrInt na UFBA com pesquisadores do exterior. Essas ações foram distribuídas em quatro grandes países, com quase pé de igualdade, com cerca de 15% das ações: Estados Unidos, Reino Unido, Espanha e França”, informa Freire. Também nesse primeiro ano, foram mais de 80 parcerias internacionais, envolvendo mais de 250 docentes e discentes.
O professor Olival avalia que o Capes-PrInt teve um impacto positivo na internacionalização da UFBA. “Embora seja difícil fazer uma comparação com períodos anteriores [quando não existia o Capes PrInt], posso dizer que globalmente a UFBA teve mais intercâmbio internacional a partir de 2019 do que nos anos anteriores, pelo menos nos anos imediatos”. Todos os programas de pós-graduação com conceito igual ou acima de quatro – maioria na Universidade, o que reforça a excelência da acadêmica e de pesquisa – fazem parte do programa da Capes-PrInt UFBA.
“Cerca de 34% dos artigos publicados por docentes da UFBA e indexados no Web of Science comportam coautorias com pesquisadores de outros países”, informa o formulário de renovação do programa da UFBA junto à Capes. Entre 2019 e 2022, foram 647 artigos com coautores dos Estados Unidos, sendo 58 da Harvard University; e 312 do Reino Unido, sendo 126 da University of London e 57 do Imperial College. “Certamente, o apoio à internacionalização trazido pelo Capes PrInt fortaleceu esta tendência”, descreve o formulário.
Capes-PrInt
O Programa Institucional de Internacionalização da Capes (Capes-PrInt) modificou a relação entre os pesquisadores e a agência de fomento. Em vez de pleitearem financiamento diretamente à Capes, através de editais – o chamado “formato balcão” – , pesquisadores das 36 instituições brasileiras consideradas de “maior maturidade” (entre as quais a UFBA) passaram a solicitar verbas para internacionalização através de comitês gestores de suas próprias universidades, que passaram assim a ter, cada uma, seu próprio orçamento para internacionalização prefixado pela Capes.