Da esquerda para a direita, Izaura Cruz, João Carlos Salles e Marcelo Cerqueira
No Dia Internacional do orgulho LGBTQIA+, 28 de junho, a UFBA assinou o termo de adesão ao Programa Selo da Diversidade LGBT+, instituído pela prefeitura de Salvador visando a reunir organizações interessadas em investir na valorização e promoção da diversidade no ambiente de trabalho e reconhecer a atuação de organizações comprometidas com a causa LGBT+ em suas políticas de gestão de pessoal e programas de responsabilidade social corporativa.
A iniciativa foi firmada em reunião realizada na Reitoria, com as presenças do reitor João Carlos Salles, da coordenadora Ações Afirmativas, Educação e Diversidade da Pró-reitoria de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (Proae/UFBA), Izaura Cruz, e do coordenador do Centro Municipal de Referência da Comunidade LGBT, Marcelo Cerqueira.
“Esse selo reconhece o comprometimento da UFBA com as ações para cidadania e inclusão da comunidade LGBTQIA+”, afirma Izaura Cruz, que cita entre as iniciativas a criação de cotas para pessoas trans nos cursos de graduação e pós-graduação da UFBA e a campanha da Proae “Não deixe a violência passar de boa”, promovida para sensibilizar a comunidade para maior envolvimento no combate às violências no campo dos direitos humanos – o que inclui o combate ao racismo e à violência contra as mulheres e as populações LGBTQIA+. A ação conta com estudantes bolsistas que atuam nos campi para divulgar informações para conscientização e orientações para denunciar as violências.
Peça da campanha “Não deixe a violência passar de boa”
As ações dessa campanha foram realizadas de forma remota durante a pandemia, através das redes sociais @naodeixeaviolenciapassardeboa, conforme explica a coordenadora, que anuncia o retorno das ações presenciais a partir do próximo semestre. Izaura conta que já são mais de 30 estudantes trans nos cursos de graduação da UFBA, que ingressaram após a criação das cotas, em 2018. Esses estudantes estão sendo acompanhados pela coordenação da Proae com apoio pedagógico e nas questões relacionadas à permanência na universidade.
A parceria com o Programa Selo da Diversidade LGBT+ teve como um de seus articuladores o estudante Joan Ravir, do bacharelado interdisciplinar em artes e membro do coletivo TransUFBA. Ele conta que entrou em contato com o Centro de Referência Municipal para a População LGBT através de um encaminhamento da universidade. “No meu processo de transição, dentro do coletivo, pude perceber que essa pauta não era só minha, mas também de muitas outras pessoas na universidade”. Conforme lembra, na UFBA entrou em contato com as pesquisas sobre gênero e sexualidade. “Isso ajudou a me conhecer”, afirma Ravir, que cita o trabalho do Núcleo de Pesquisa e Extensão em Culturas, Gêneros e Sexualidades (NuCus) e do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (Neim).
“A atuação da universidade em prol das pautas LGBTQIA+ é importante para reconhecer e fortalecer a nossa identidade”, afirma o estudante Joan Ravir, do Bacharelado Interdisciplinar em Artes, e membro do coletivo TransUFBA
Para o estudante, a atuação da universidade em prol das pautas LGBTQIA+ “é importante para reconhecer e fortalecer a nossa identidade”. Ele também destaca a contribuição fundamental da política de cotas, “que possibilita o acesso à educação, ao conhecimento, ao trabalho e à dignidade”
A certificação das organizações que assumem a responsabilidade social em combater a discriminação quanto a orientação sexual e identidade de gênero ocorrerá em setembro deste ano, em duas categorias: Compromisso, voltada a organizações públicas, privadas e da sociedade civil de Salvador que se candidatarem a assinar o Pacto de Valorização da Diversidade LGBT+ com a Prefeitura Municipal do Salvador, comprometendo-se a cumprir diretrizes voltadas para a promoção da Diversidade; e Reconhecimento, uma honraria concedida pelo Comitê Gestor a micro e pequenas empresas, em geral familiar, cujo proprietário e/ou administrador sejam LGBTQIA+ e que possuam no mínimo cinco funcionários, sendo na sua maioria trans, além de entidades sem fins lucrativos que lutem pela valorização da diversidade.