UFBA forma rede para cuidar da saúde mental de sua comunidade

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A necessidade de organizar ações para a prevenção de doenças e agravos à saúde mental, também pensando na reabilitação, bem-estar e boa convivência universitária, norteia o Programa “PsiU, isso te interessa!”, que será lançado na Primeira Semana de Saúde Mental e Bem-Estar da Universidade Federal da Bahia, durante os próximos dias 16 a 18 de maio. “Recorrentes observações de manifestações de estudantes e trabalhadores com questões relacionadas ao tema, traduzidas pelos atendimentos realizados nos serviços de saúde e espaços de acolhimento da UFBA, despertaram para a preocupação com o atual estado da saúde mental da comunidade universitária”, revelou a pró-reitora de desenvolvimento de pessoas, Lorene Pinto.

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O Psiu contribuirá para o bem estar e boa convivência universitária

A constatação de sofrimentos psíquicos em membros da comunidade universitária, gerados por causas diversas como a dificuldade de aceitação, questões de gênero, raça, tensões na vida acadêmica e pressões da vida contemporânea, segundo o psiquiatra da UFBA, Marcelo Veras, levou à constituição de um Grupo de Trabalho com o objetivo de propor uma conversa entre os profissionais das unidades que tratam dessa área na comunidade universitária.

Para dar conta dessa demanda, será realiza a Semana de Saúde Mental e Bem-Estar da UFBA, aproveitando as comemorações pelo Dia Nacional da Luta Antimanicomial – 18 de maio, com o propósito de aproximar a comunidade UFBA das principais discussões em torno da Saúde Mental dos integrantes da comunidade universitária.  Além disso, “haverá debates sobre como podem ser aprimoradas as intervenções de promoção e de cuidado à atenção das pessoas com sofrimento psíquico, que resultem em melhoria dos indicadores de Saúde e, por conseguinte, redução do impacto das desordens mentais na carga global de agravos à saúde”, declarou Veras que é também é psicanalista.

O “Programa PsiU” é a primeira grande ação integrada com participação das diversas unidades e profissionais que atuam em atividades ligadas ao acolhimento e cuidados com a saúde mental na UFBA, salientou Veras.  “É um programa transversal, focado na necessidade de aprender a conviver juntos com as diferenças” e que será lançado durante uma semana de atividades diversificadas, disse o médico.

A programação do evento – cuja divulgação detalhada acontecerá na próxima edição dessa publicação – será composta de intervenções acadêmicas, políticas, artísticas e de educação para a saúde e envolverá todas as unidades de ensino da universidade a fim de dar visibilidade ao tema e diminuir o estigma relacionado às questões da saúde mental, acrescentou o médico.  A expectativa dos organizadores do evento é facilitar a informação e a acessibilidade aos serviços de atenção psicossocial existentes na própria UFBA e na rede municipal de saúde, encurtando os caminhos que existem entre aqueles que necessitam de algum cuidado e os profissionais de saúde.

GT e rede integrada de cuidados

A formação de um Grupo de Trabalho (GT), preocupado com a saúde mental na UFBA, surgiu durante a realização de uma mesa de debates sobre a saúde da comunidade universitária, no Congresso dos 70 anos da UFBA, no ano passado. Desde então, o coletivo – formado por representantes de órgãos da administração, como o Serviço Médico Universitário Rubens Brasil (SMURB); o Sistema Universitário de Saúde (SIUNIS); as Pró-Reitorias de Ações Afirmativas e Assistência Estudantil (PROAE); de Ensino de Graduação (PROGRAD); de Desenvolvimento de Pessoas (PRODEP), Ouvidoria, o Instituto de Saúde Coletiva; o Instituto de Psicologia, o CAPS Garcia, CAPS AD II Gregório de Matos; o Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas (CETAD/FMB) e as Práticas Integrativas  Complementares em Saúde – vem se reunindo para discussões e apresentações das atividades que são realizadas pelos diversos atores.

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Debate sobre saúde, realizado no Congresso dos 70 Anos da UFBA, inspirou a criação do Grupo de Trabalho Especial

As conclusões do GT apontaram para a formação de uma rede integrando os serviços oferecidos pelos vários órgãos da UFBA, num programa de
acolhimento com a oferta de diferentes cuidados, a partir do potencial identificado na comunidade universitária, informou Lorene Pinto. “Ou seja, promovemos encontros e diálogos nos quais reunimos e relacionamos ações que já são conhecidas e outras nem tanto, mas que serão integradas em benefício da nossa comunidade UFBA”, acrescentou a médica.

O GT também identificou a importância de realizar uma avaliação criteriosa dos indicadores de saúde e das variáveis intervenientes, visando uma compreensão maior dos principais fatores de risco e de proteção das desordens do psiquismo, esclareceu Veras.  Ele defende que a implantação e o fortalecimento dos serviços de atenção e cuidado será um investimento permanente na prevenção de agravos, na promoção do bem-estar e na redução de riscos e danos.

Além disso, a “ênfase inicial em saúde mental levou a identificar a importância de também lidar com questões relevantes relacionadas à convivência universitária, à medicalização na sociedade, às diversas dimensões da violência, às distintas intervenções nos variados espaços e não só a produção de consultas e prescrições. Por isso, a colaboração de todos os que já se integraram e outros que poderão vir, é fundamental”, concluiu Lorene que também é professora da Faculdade de Medicina da UFBA.

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