A professora da UFBA e pesquisadora titular da Fiocruz Bahia Aldina Maria Prado Barral recebeu da Sociedade Brasileira de Imunologia (SBI) o prêmio SBI Women in Science, idealizado para valorizar as contribuições das cientistas mulheres na área da Imunologia.
Premiada por sua trajetória científica, Aldina Barral é formada em Medicina pela UFBA e vem atuando como professora da Universidade desde a década de 1980. Atualmente é professora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde e desenvolve pesquisas na área de parasitologia, com ênfase em protozoologia parasitária humana.
A professora que tem ajudado a formar novas gerações de pesquisadores(as) faz uma defesa enfática da ciência e lamenta o cenário atual de cortes de investimentos públicos na área. “Sem ciência e sem educação, não existe futuro. Para manter as nossas pesquisas, a gente tem precisado buscar verbas no exterior. Isso não tem sentido”, critica.
Os seus principais trabalhos de pesquisa tratam de temas referentes à leishmaniose e imunologia aplicada. Ela também investiga o efeito da pré-exposição humana à saliva do mosquito Aedes aegypti sobre a infecção por zika vírus, e busca a identificação de biomarcadores e desenvolvimento de teste molecular de prognóstico para artropatia crônica pós-chikungunya.
Entre os tantos temas importantes abordados em seus estudos, atualmente a pesquisadora tem se dedicado ao desenvolvimento de ferramentas simples para diagnóstico e prognóstico da Covid-19 no Sistema Único de Saúde (SUS), utilizando sintomas e saturação de oxigênio. Além disso, suas pesquisas contemplam outras doenças como malária e anemia falciforme.
Aldina Barral ressalta a importância de iniciativa que promovem a valorização das mulheres na ciência. “Quando eu fui presidente da SBI, toda a diretoria era composta por mulheres. Tenho adotado essa política na composição de bancas e para outras indicações. A gente tem que reforçar essas práticas para chamar atenção”, avalia ela, que defende uma maior representatividade feminina nas academias de ciências e em outras instituições de maneira geral.
A premiação foi realizada no dia 20 de setembro, durante o congresso anual da SBI, na abertura do evento Immunometabolism 2022, que aconteceu em São Paulo. As descobertas científicas, o número de publicações e apresentações de pôsteres em conferências são alguns dos critérios considerados para a escolha das cientistas premiadas. O prêmio, que foi entregue pela presidente da SBI, Ana Caetano Faria, também considera a trajetória das pesquisadoras em relação à liderança e à tutoria.
“Depois de obter sucesso na defesa da primazia das decisões baseadas na ciência em todos os níveis, podemos estar muito perto de ser uma sociedade mais igualitária, e trabalhar como uma comunidade humana que mereça esse nome”, defendeu Aldina Barral em seu discurso de agradecimento.
Trajetória Premiada
Além deste prêmio, Aldina Barral já foi reconhecida com o World Scientists Forum International Awards-Science & Medicine, em 2003; o Prêmio Claudia na categoria de Ciências, em 2008; foi nomeada comendadora da Ordem Nacional do Mérito Científico pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, em 2010; e recebeu o Prêmio Scopus Brasil, promovido pela Editora Elsevier e pela Capes, em 2010. É membro titular da Academia Brasileira de Ciências, eleita em 2005, e em 2011 tornou-se também membro titular da Academia de Ciências da Bahia.
Em 2020, a professora foi incluída em um ranking mundial de cientistas elaborado pelo Journal Plos Biology, que destacou os 100 mil cientistas mais influentes do mundo. Eleita pelos critérios de impacto da carreira e impacto do pesquisador em um único ano, Aldina Barral esteve entre os 600 cientistas brasileiros que integraram a lista.
Com informações da Ascom/Fiocruz Bahia