Laboratório de Virologia da UFBA identifica vírus raro em paciente da Região Metropolitana de Salvador

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O laboratório de virologia do Instituto de Ciências da Saúde (ICS) da UFBA, coordenado pela professora Silvia Ines Sardi, identificou a presença de um vírus raro em seres humanos, o vírus Ilhéus, em amostra de sangue de uma paciente que reside em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador.

De acordo com o pesquisador Gúbio Soares, do laboratório de virologia da UFBA, o vírus Ilhéus é transmitido através de mosquitos e é mais comum em aves e roedores. “A incidência desse vírus em humanos é um evento muito raro”, afirma. Descoberto na cidade de Ilhéus, na Bahia, em 1947, por um pesquisador inglês, o vírus já foi localizado também em países da América do Sul e América Central.

O virologista explica que, como no caso das demais arboviroses, esse tipo de vírus não é transmitido de pessoa para pessoa, e a eliminação dos focos de criação de mosquitos é uma estratégia importante para combater a sua transmissão. Ele descarta, no entanto, a possibilidade de disseminação do vírus identificado. “A carga viral dos indivíduos infectados é muito baixa. Com isso, é rara a transmissão desse vírus tendo o mosquito como hospedeiro”. Até o momento, há apenas um caso do vírus Ilhéus registrado no Estado.

A amostra foi enviada pela Secretária Estadual de Saúde da Bahia após serem descartadas as principais arboviroses, como dengue, zika e chikungunha. No laboratório do Instituto de Ciências da Saúde da UFBA, também foram realizados testes para febre amarela, oeste do nilo, rocio e bussuquara vírus. Por meio de testes imunológicos, do tipo RT-PCR, confirmou-se a presença do Vírus Ilhéus.

A circulação do vírus Ilhéus foi localizada em países da América Latina, conforme aponta ilustração do artigo "Morphologic and Genetic Characterization of Ilheus Virus, a Potential Emergent Flavivirus in the Americas"

A circulação do vírus Ilhéus foi localizada em países da América Latina, conforme aponta ilustração do artigo “Morphologic and Genetic Characterization of Ilheus Virus, a Potential Emergent Flavivirus in the Americas”

O prognóstico é positivo na maior parte dos casos, com a recuperação plena dos indivíduos acometidos pela doença, conforme explica Gúbio Soares, que cita entre os sintomas sudoreses, dores de cabeça e nas articulações. Alguns casos, porém, podem apresentar outras complicações. A paciente residente na região metropolitana de Salvador apresentou dificuldades respiratórias e neurológicas e precisou ser internada em Unidade de Terapia Intensiva. Porém, segundo Soares, a paciente já apresentou melhora no seu quadro de saúde e está segue tratando efeitos secundários desenvolvidos em razão da infecção viral.

O virologista explica que, como no caso das demais arboviroses, esse tipo de vírus não é transmitido de pessoa para pessoa, e a eliminação dos focos de criação de mosquitos é uma estratégia importante para combater a sua transmissão. Ele descarta, no entanto, a possibilidade de disseminação do vírus identificado. “A carga viral dos indivíduos infectados é muito baixa. Com isso, é rara a transmissão desse vírus tendo o mosquito como hospedeiro”. Até o momento, há apenas um caso do vírus Ilhéus registrado no Estado.

(Imagem da capa retirada do artigo “Morphologic and Genetic Characterization of Ilheus Virus,
a Potential Emergent Flavivirus in the Americas”)