Debate sobre planejamento e administração mostrou que a UFBA deu salto em índices de governança

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*Rute Souza Cruz, monitora do Congresso UFBA 2023

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As instituições federais de ensino superior (IFES) são parte integrante da Administração Pública. Portanto, precisam se reportar continuamente aos órgãos de controle em relação ao seu orçamento e planejamento. As discussões sobre os instrumentos de controle financeiro e de planejamento no âmbito da Universidade Federal da Bahia foram o foco da mesa “Planejamento, Transparência e Orçamento nas IFES: a interação necessária e os futuros desafios” reuniu o pró-reitor de Planejamento e Orçamento Eduardo Mota, acompanhado dos coordenadores de Planejamento, Jeronimo Tanan, e de Orçamento, Juliana Santana, e o pró-reitor de Administração Wagner Miranda.

Um conceito fundamental que emergiu do debate foi o de “governança”: para a boa administração dos bens públicos, é preciso haver um conjunto de políticas, regulamentos e regras que definem a maneira como os processos devem ocorrer, de modo que o gerenciamento, monitoramento e controle da administração gerem um aumento da eficácia e eficiência das organizações, garantindo uma conduta ética. O debate apontou que a UFBA está focada no melhoramento contínuo de seus índices de governança, e as ferramentas para isto foram abordadas e discutidas na mesa.

Planejamento e orçamento

As IFES dependem do orçamento público destinado pela Administração Federal para sua operacionalidade. E, como em todos os órgãos públicos, o orçamento destinado à UFBA é um instrumento de planejamento e investimento de suas atividades ao longo de anos. Nesse sentido, o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) tem um importante papel para as IFES, já que orienta ciclos de desenvolvimento de cinco anos.

O PDI da UFBA em vigor do ciclo 2018-2022, abordado durante a mesa pelos convidados, foi definido como “um documento agregador, capaz de mobilizar-nos para a realização efetiva de nossas metas e também para a defesa dos traços essenciais de nossa Instituição”. As ideias que orientam os princípios e funcionalidade do PDI foram explicadas ao longo da mesa, com ênfase em tópicos específicos, como gestão, accountability, sistema de governança e estrutura da UFBA, entre outros.

Índices da UFBA

Um dos pontos mais interessantes da mesa foi a abordagem dos índices e resultados obtidos pela Universidade no relatório Individual da Autoavaliação enviado para o Tribunal de Contas da União (TCU). O melhoramento dos indicadores de governança e gestão públicas foi evidente. O iGovPub (índice de governança pública) saiu de 29% em 2018 para 73,2% em 2021. O iGovPessoas (índice de governança e gestão de pessoas) saltou de 19% para 64,7%.  Outro importante indicador, o iGestOrcament  (índice de capacidade em gestão orçamentária), aumentou em 24,9% no intervalo de 3 anos.

Os palestrantes teceram ainda considerações acerca do contexto político e econômico do país nos últimos anos e seus reflexos na operacionalidade das IFES – submetidas a um cenário de ataques ideológicos e penúria orçamentária – , com efeitos práticos observados no desempenho das Universidades Federais que exigirão um cuidadoso trabalho de reconstrução.