Jovens cientistas da educação básica apresentaram trabalhos na Secatec UFBA

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13 Encontro de Jovens Cientistas - Galeria

Mais de 500 estudantes da educação básica reuniram-se em vários auditórios de unidades do campus de Ondina

Apresentações orais, experimentos, games, vídeos podcasts e diversos materiais e métodos estiveram entre o conjunto de trabalhos científicos, apresentados durante o 13º Encontro de Jovens Cientistas, evento de iniciação científica, promovido pela UFBA e que integrou as atividades da Semana de Ciência, Arte e Tecnologia (Secatec), realizadas no campus da Universidade, em Ondina.

Mais de 500 estudantes da educação básica, de escolas das redes públicas e privada, participaram do encontro, que foi realizado no âmbito da 20ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, para reforçar a popularização da ciência, divulgação científica e promoção do desenvolvimento sustentável, num contexto de interdisciplinaridades e transdiciplinaridades.

A coordenadora geral do encontro dos jovens cientistas, Rejane Lira, professora do Instituto de Biologia da UFBA, informou que a atividade “é uma promoção da Universidade e integra as feiras e eventos científicos, voltados para a educação básica e financiado pelo CNPQ. Então, nesse momento, que é exatamente quando ocorre na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia do Ministério da Ciência e Tecnologia”.

Cerca 535 estudantes inscritos, de 45 escolas públicas e privadas da Bahia, se reuniram em vários auditórios de unidades do campus de Ondina. “Foi o momento de proporcionar um espaço de divulgação das pesquisas feitas por estudantes da educação básica, desde a educação infantil, ensino fundamental e ensino médio, que é iniciação científica júnior”, informou a docente.

Os jovens apresentaram as pesquisas resultantes de projetos das diversas áreas do conhecimento desenvolvidas ao longo do último ano. Os projetos foram avaliados por uma comissão científica composta por professores da UFBA – do Instituto de Biologia, Instituto de Saúde Coletiva (ISC) e outros – e de instituições externas. Na inscrição, foi enviado um resumo “para ser analisado e devolvido para correções, porque o nosso objetivo é que haja uma construção do conhecimento”, explicou Lira, completando que “o objetivo não é aceitar ou rejeitar, estabelecemos um prazo para devoção à comissão, porque o intuito é exatamente promover essa correção, e então, liberamos”.

Rejane Lira e Josiani

Uma avaliadora de trabalhos, Josenai Penha e a coordenadora do evento, professora Rejane Lira.

A maioria dos resumos dos trabalhos foi aprovada, pois o evento é voltado para os estudantes exporem a ciência, nos mais diversos formatos: apresentações orais; a ciência lúdica que são os jogos, apresentados através de vídeos; gabinete de curiosidade, que são os experimentos, os jovens repórteres científicos e os jovens podcasters com a apresentação de podcasts científicos. “Fugimos do modelo convencional de congresso e feira, dando a possibilidade dos jovens se expressarem nas mais diversas formas, o que enriqueceu muito o evento”, ponderou Rejane.

Entre os avaliadores, esteve a mestranda em ciências de alimentos pela a UFBA Josenai Penha – que, quando mais jovem, participou de edições anteriores do encontro como uma ‘jovem cientista’. “Para mim é muito nostálgico, porque eu já fui participante quando estava no ensino médio, já fui monitora, coordenadora e hoje eu estou aqui, para avaliar trabalhos”. Com a experiência, Josenai tomou gosto pela ciência, graduou-se em biotecnologia pela UFBA; fez curso técnico em alimentos pelo SENAI; cursou pós-graduação em Engenharia de Produção e Gestão da Qualidade, pós-graduação em Engenharia de Gestão de Segurança dos Alimentos e faz mestrado na UFBA.

Projeto destacado

Orientadora e luno SESI

O estudante Luiz Felipe e sua orientadora, Carolina Alcântara.

Além de atrair estudantes, o evento também é voltado para os orientadores dos projetos científicos. Entre os destaques, o trabalho “Acqua System”, do estudante Luiz Felipe, da escola Reitor Miguel Calmon do SESI no Retiro, sob orientação da professora de química Carolina Alcântara.

“O projeto é voltado para a utilização inteligente no gerenciamento do consumo hídrico. Ele visa à sustentabilidade, na medida em que auxilia as pessoas a criarem hábitos mais estáveis, no período de higiene pessoal, contribuindo para uma economia hídrica, por meio da utilização de equipamentos eletrônicos, neste caso, o Arduino – plataforma para o desenvolvimento de projetos eletrônicos”, explicou Luiz, que é estudante do terceiro ano do ensino médio.

A pesquisa vem sendo realizada por cerca de três anos, desde que o jovem começou a cursar o ensino médio e entrou para a iniciação científica em 2021. Para o jovem de 18 anos, foi “uma oportunidade de mostrar o que fez durante os estudos e como desenvolveu o projeto. Além disso, foi muito gratificante poder receber o feedback dos avaliadores e as sugestões de melhorias“.

A orientadora de Luiz é a professora de química do SESI-Retiro Carolina Alcântara. “Luiz é aluno autodidata, que corre atrás, aprende sozinho. Então, o trabalho de orientação que a gente faz apenas ajuda no processo de construção, porque o projeto realmente é do aluno. Orientamos indicando em eventos e feiras as novidades para melhorar os protótipos”, disse ela.

Aproveitando a experiência de ter trabalhado com o software Arduino, bastante utilizado em projetos de automação, o jovem pretende cursar uma graduação numa área relacionada, como mecatrônica, que é a robótica industrial e controle de automação”. Diante do orientando promissor, a professora Carolina afirma: “orientamos não para construir um projeto para ganhar prêmios, mas [pensando no] que podemos trazer de sustentável para tentar melhorar a vida da população”.