Um grupo de nove estudantes mulheres, graduadas e egressas do Bacharelado Interdisciplinar de Ciência, Tecnologia e Informação do Instituto de Ciência, Tecnologia e Inovação (ICTI), no Campus de Camaçari da UFBA, apresentou na Secatec UFBA o projeto “Robôchicas”, que une robótica e engajamento das mulheres nas áreas das ciência e tecnologia. A apresentação fez parte da programação do evento no Horto Florestal Linaldo da Silva, em Camaçari, nos dias 19 e 20 de outubro de 2023.
A equipe organizou oficinas e painéis para a apresentação de projetos, além da banners sobre as pesquisas que realizam, dentro da proposta da Secatec, de divulgar trabalhos e atividades de pesquisa e extensão na área de ciência, tecnologia e inovação, principalmente entre alunos da rede pública estadual e municipal, comunidade UFBA e diversos segmentos da sociedade. Em dois dias de atividades, o Horto Florestal da cidade acolheu um público de cerca de 2.600 pessoas, a grande maioria estudantes do ensino fundamental, médio e técnico.
O grupo é formado por Larissa Maturino, Yasmin Solrac, Ana Carolina de Lemos, Ana Carolina Balbino , Gabriele Natividade, Amanda Vilas Boas, Leticia Silva, Tamires Santos e Fernanda Roza. Segundo o vice-diretor do ICTI e coordenador da equipe, professor André Luís de Souza Sena, as estudantes envolvidas no projeto promovem a inserção das mulheres através da capacitação, realizando oficinas de iniciação tecnológica e científica e mentorias, onde as estudantes se colocam à a disposição para auxiliar no aprendizado das disciplinas, ajudando-se mutuamente. “Com a maturidade de habilidades e competências, o conhecimento da equipe é utilizado para desenvolver trabalhos científicos e tecnológicos ou participar em competições de robótica, entre outras atividades”, informa o coordenador.
Oficinas
Entre as oficinas que foram realizadas foi desenvolvido um projeto de “Semáforo Inteligente”, que consistiu na construção de um semáforo com aplicação de tecnologia assistiva, voltada para pessoas com necessidades especiais, utilizando microcontroladores, eletrônica e programação.
Oficina desenvolveu um projeto de acendimento de led por meio de ondas sonoras, com aplicação dos princípios básicos de eletrônica sob o conceito de smart home (casas inteligentes, controladas por meio de aparelhos eletrônicos). Graças a esses aparelhos, é possível implementar funcionalidades de automação que proporcionam conforto. Um dos conceitos ou aplicação utilizada nas casas inteligentes são as smart lights, ou seja, lâmpadas com conexão wi-fi que podem ser ter funções de ajuste de cor e acionamentos, feitos totalmente por comando de voz. O objetivo dessa oficina foi construir uma smart light utilizando eletrônica e programação.
Um dos destaques foi o “Arthur FrancSTEAM”, robô humanoide para o incentivo ao ensino das ciências básicas e monitoramento ambiental baseado na plataforma open source INMOOV. Na apresentação, os participantes conheceram mais sobre o robô, que está em processo de montagem e integração, após uma introdução à plataforma robótica INMOOV, contextualizando sua importância e objetivos considerados de vanguarda na área da robótica.
Depoimentos
Ana Carolina Santana de Lemos, uma das integrantes do grupo das “Robôchicas” classificou como “incrível” trabalhar com projetos de robótica e empoderar estudantes mulheres na área da ciência, tecnologia e inovação. Sobre a Secatec, ela acredita que o evento é fundamental para a disseminação do conhecimento. “A interação da universidade com a comunidade é essencial para a troca de experiências e o desenvolvimento de projetos que beneficiem a sociedade”, declarou.
Já para Tamires dos Santos de Jesus, é uma “honra muito grande” fazer parte das “Robôchicas” e poder ver a realização dos propósitos do grupo. Ela afirma ter ficado feliz com a disponibilidade e interesse da Secatec no projeto: “Além da sensação de pertencimento, esse evento nos proporcionou o sentimento de realização”.
Para Amanda Vilas Boas Oliveira, a experiência de ser uma integrante da “Robôchicas” é “gratificante e surpreendente”. Gratificante, ela explica, pelo retorno que o projeto proporciona à sociedade; e surpreendente porque ele abre novas portas para lugares antes inimagináveis. “A Secatec é um projeto muito interessante e importante, uma iniciativa pra divulgação da pesquisa realizada dentro da faculdade para a comunidade e que serve também para estreitar os laços com a sociedade”, disse.
Para Letícia Oliveira Silva, outra integrante do time, é “desafiador e gratificante ao mesmo tempo”. Ela conta quando entrou no grupo das Robôchicas não imaginava o quanto isso seria importante para a sua vida. “Hoje eu tenho mais vontade de aprender, estudar, de me capacitar para ser uma boa integrante para o grupo e conseguir ajudar mais e mais meninas na área”, afirmou.