
Produzida pela Companhia de Teatro da UFBA, a peça “A Visita da Velha Senhora” é uma das finalistas da categoria Destaque Nacional do Prêmio Shell. O resultado será divulgado na próxima terça-feira, 18 de março, durante cerimônia no Rio de Janeiro. Escrita pelo suiço Friedrich Dürrematt, com dramaturgia da professora emérita da UFBA Cleise Mendes, direção do teatrólogo e docente Gil Vicente Tavares, também da UFBA, o espetáculo está entre os quatro selecionados para concorrer ao prêmio. A peça ficou em cartaz em setembro de 2024, no Teatro Martim Gonçalves, em Salvador, .
As outras três montagens que concorrem com o espetáculo baiano na 35ª Edição do Prêmio Shell de Teatro são: “A Força da Água” (Fortaleza – CE) – “Marku Musical” (Belo Horizonte – MG) e “Opera Febril” (São José dos Campos – SP). Criada na edição passada, a categoria Destaque Nacional é voltada a espetáculos teatrais de todo país, com exceção das capitais, Rio de Janeiro e São Paulo. Em 2024, o Prêmio Shell de Teatro contou com 90 espetáculos inscritos, de todas as regiões do país, das capitais e também do interior, confirmando o alcance nacional da premiação.
Produção artística da UFBA valorizada
Para o diretor da Escola de Teatro da UFBA, professor Claudio Cajaíba, essa indicação vem num momento muito importante para a Escola de Teatro e para a Universidade Federal da Bahia, pois é a primeira vez que a Cia de Teatro recebe um reconhecimento dessa amplitude em nível nacional. “A Cia coleciona muitos prêmios, inclusive fora do estado. Mas o fato da montagem “A Visita da Velha Senhora” ser indicada entre 90 produções brasileiras traduz a perseverança, a dedicação e o incentivo que a UFBA, sua Administração Central, promove através da sua produção artística”, destacou Cajaíba.

Presença de Ítala
“Tivemos o grande privilégio de ter entre nós, na qualidade de professora visitante notório saber, a grande atriz brasileira Ítala Nandi, cuja presença desencadeou a montagem. E ela veio através de um projeto da Proext, que traz para a Universidade exatamente o conhecimento de pessoas que sempre estiveram fora dela, mas cuja contribuição à sociedade é imprescindível e relevante”.
Cajaíba acrescenta que se somaram à peça estudantes e antigos talentos do teatro da Bahia, de pessoas que sempre tiveram uma trajetória com a Escola, na condição de artistas convidados, como Celso Júnior, Frank Menezes, Lúcio Tranchesi e Rui Mantur. (Ver ficha técnica completa no final desta matéria).
“E essa reverberação nacional vai nos ajudar a lançar nossa campanha de mobilização para que em 2026, ao completar 70 anos, essa velha senhora que é a Escola, possa mostrar que a primeira instituição de ensino superior de teatro do país continua em plena forma”, alegrou-se.

Projeção tardia
Para o diretor Gil Vicente Tavares, professor adjunto da Escola de Teatro da UFBA desde 2015, bacharel em direção teatral pela Escola de Teatro da UFBA e doutor em artes cênicas pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da UFBA, “o teatro baiano tem décadas de artistas e espetáculos incríveis, mas invisibilizados por uma questão de barreira regional, pela falta de um maior espaço na mídia e pela maneira como os poderes públicos vêm maltratando o teatro feito aqui, sem políticas estruturantes e orçamento para o setor”[…]. “Então, mais do que uma conquista pessoal, é o reconhecimento da qualidade de nossa produção artística, seja baiana, seja no âmbito da Cia de Teatro da UFBA, que ganha uma projeção nacional tardia, por conta do que já foi feito por meus mestres, aqui. Por isso, o Prêmio Shell merece todos os aplausos pela criação dessa categoria” […] “Ensaiamos pouco e foi um processo sempre atento ao pedagógico, com empenho em entregar um espetáculo de caráter profissional, como vi muitas vezes acontecer com peças da Cia”, declarou Gil.
Ficha técnica fornecida pela divulgação