O Centro de Estudos Afro-Orientais será recuperado

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Professor Agostinho da Silva , primeiro diretor do CEAO

Criado em 1959 pelo reitor Edgard Santos, o Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO), que vinha atravessando nos últimos anos um processo acelerado de desintegração, “vai ser recuperado como importante centro de ensino, pesquisa e extensão, do qual a UFBA não pode prescindir”, anunciou, na terça feira, na Sala dos Conselhos, o reitor João Carlos Salles para uma plateia de cerca de 50 colegas ligados ao CEAO, entre técnicos, estudantes e docentes, além de membros da Administração Central.

Em vez das más notícias que imaginaram que receberiam ao serem convocados para uma reunião pelo gabinete do reitor, segundo ressaltaram alguns, ali eles tomaram conhecimento de um pacote de medidas, a serem implementadas com urgência, para estancar a decomposição do Centro e reorientá-lo “para ocupar seu lugar de direito na UFBA”.

A rigor, uma operação de salvamento de uma instituição pioneira no país nos estudos ligados à matriz africana da formação do Brasil e às dimensões sociais e culturais contemporâneas desse vínculo, e com o olhar ainda estendido à Ásia, o pacote envolve de cara intervenções relativas ao prédio do CEAO. São tanto providências jurídicas de regulamentação da posse desse imóvel que foi transferido no passado à UFBA pela União, quanto obras urgentes para sua recuperação física. Também, a Reitoria está acompanhando o processo iniciado na FFCH para aprovação do Regimento do CEAO como Órgão Complementar.

Ceao degradado

A operação salvamento envolve obras urgentes de recuperação física da sede do CEAO no Largo Dois de Julho

O reitor também anunciou que será criada a função de coordenador, gratificada, para o gestor do Centro e, nesse sentido, os grupos e programas vinculados a ele devem indicar consensual e rapidamente um nome. Outra medida que certamente terá impacto importante no resgate da vocação de produção de conhecimento do CEAO, é o lançamento de um edital conjunto de apoio a pesquisas ligadas ao espaço do Centro e às temáticas de sua história. Um total de 30 bolsas serão concedidas no âmbito desse edital, além de recursos para dar apoio a pesquisas da ordem de R$ 250 mil.

Outras medidas envolvem a contratação de servidores técnicos a serem lotados na FFCH, com exercício no Centro; a programação de cursos, dentro do espírito da instituição, com a constituição de um núcleo de extensão, a ser apoiado por estagiários; a constituição de comissão específica de ajuste de jornada para possível implementação de turnos contínuos; o lançamento da Coleção CEAO de livros pela Edufba; e o inventário completo do patrimônio do CEAO, a partir da instituição de uma comissão inventariante.

O reitor João Carlos Salles historiou rapidamente como se chegou às providências específicas anunciadas na terça feira, que resultaram do trabalho de Comissão instituída a partir de solicitação da diretora da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH), Maria Hilda Baqueiro Paraíso. Com os resultados dessa Comissão em mãos, a equipe da gestão da UFBA pôde compor o pacote de medidas apresentado.

“Queremos reverter o dano causado ao CEAO, recuperá-lo em toda a sua força e atualizar sua relação com a UFBA e a sociedade”, disse o reitor.

 

Um comentário em “O Centro de Estudos Afro-Orientais será recuperado

  1. Parabéns à iniciativa do reitorado atual…gostaria, no entanto, de chamar a atenção de sua Magnificência para o estado dos acervos da Faculdade de Medicina, Biblioteca Gonçalo Moniz, dentre outros no ambiente da UFBA, que precisam urgentemente de digitalização. Seria um investimento inestimável para a conservação da sua história.
    Saudações Universitárias,

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