Docentes do Instituto de Física (IFUFBA) reuniram-se no dia 18, durante o Congresso de Pesquisa, Ensino e Extensão da UFBA, na sala de seminários do Instituto, para debater as perspectivas dos grupos de Pesquisas e de Pós-Graduação. As mesas-redondas fizeram parte do I Colóquio de Pesquisa e Inovação do IFUFBA, idealizado e conduzido pelo professor Luciano Melo Abreu, coordenador do Núcleo de Pesquisa e Inovação do IFUFBA (Nupi).
Luciano abriu o Colóquio apresentando o diretor do IFUFBA, Ricardo Miranda, e os três chefes de departamentos: Flora Souza Bacelar, do departamento de Física Geral (DFG), Maria do Rosário Zucchi, do departamento de Física da Terra e do Meio Ambiente (DFTMA), e Antônio Moreira de Cerqueira Sobrinho, do departamento de Física do Estado Sólido (DFES).
Após um breve histórico do IFUFBA, Ricardo comentou como surgiu a ideia do Colóquio, e que o objetivo é “compatibilizar a necessidade de ter uma organização coletiva com a contribuição individual, de cada aluno e cada professor, e agregar isso dentro desse senso coletivo, verificar a contribuição que cada um pode dar”. Enquanto Flora lembrou da importância de transformar o Instituto, assim a Pesquisa transformará também os dois cursos de graduação do Instituto (bacharelado e licenciatura).
Após Luciano apresentar as ações e realizações do NUPI, que funciona como um órgão de assessoramento dentro do Instituto, foi a vez do professor Olival Freire Júnior tomar a palavra no seminário intitulado “Pesquisa e inovação na UFBA: perspectivas e desafios”, e discorrer sobre o passado e o presente da Ciência na Bahia e na UFBA, desde o Brasil Colônia até os dias atuais, em meio a uma crise política. “Ciência de verdade requer continuidade, não é coisa que se faz em cinco ou dez anos […] Quando alguém entra em alguma pesquisa científica aqui, está lidando com uma tradição de 130 anos”. Enalteceu o professor, que é também pró-reitor na Pró-Reitoria de Pesquisa, Criação e Inovação da UFBA (PROPCI) e de Ensino de Pós-Graduação (PROPG).
Olival falou sobre a importância do REUNI, que tornou a Universidade mais inclusiva e com mais diversidade, e ressaltou que “quanto mais diversidade temos, maior a qualidade na Pesquisa”. Porém o tom mudou ao falar sobre o prognóstico para os próximos dois anos em meio aos cortes e contenção de despesas, como o corte de editais para Pesquisa. “Estamos sentindo ainda os efeitos iniciais, estamos longe do fundo do poço, mas as fontes secarão em 2018 e 2019”, estimou o pró-reitor, que arrematou afirmando que serão necessárias ações políticas e a continuidade da gestão em tempo de crise, para preservar a qualidade da Pós-Graduação e da Pesquisa.
A mesa seguinte, com o tema “Áreas de pesquisa do IFUFBA: presente e futuro”, foi formada pelos professores Carlos Lentini (DFTMA), Flora Bacelar (DFG) e Mário Cezar Bertin (DFES), com mediação de Cássio Pigozzo (DFG). Os docentes apresentaram seus respectivos grupos de Pesquisa e Pós-Graduação, dando pinceladas sobre as áreas de estudo e trazendo respectivos números.
Lentini foi enfático ao afirmar que “um núcleo de Pesquisa forte traduz uma Pós-Graduação forte, e vice-versa. […] infelizmente nem todos os docentes produtivos conseguem ter como aderência os programas da Pós-Graduação do Instituto de Física, o que acaba formando mão de obra para outros cursos e programas, e isso é lamentável”.
Já a professora Flora trouxe o tema da interdisciplinaridade para o debate, afirmando, por fim, que precisamos “não achar uma bandeira para Física, Física experimental ou Física teórica, mas a bandeira de Ciência, que a gente precisa condensar”. Já a mensagem final do professor Mário Cézar bateu na tecla da necessidade de contratação de mais docentes para os três departamentos, onde afirma haver uma necessidade imediata. Atualmente, o quadro de professores do IFUFBA é composto por 62 docentes, número que será reduzido com as aposentadorias iminentes. Mário demanda um planejamento visando esse objetivo, para que “institucionalmente isso fortaleça as linhas de pesquisas dentro do Instituto”. Cássio arrematou afirmando que espera a adesão de mais professores, o momento agora foi o início de um diálogo.
O clima final trazido por Luciano Abreu foi de otimismo, reforçando as perspectivas de expansão e ampliação das áreas de Pesquisa e da Pós-Graduação no Instituto, bem como a escalada dos conceitos atribuídos pela CAPES, mas ele ressalta “que nossa atividade é formar gente, formar um quadro qualificado, essa é a atividade que dá prazer, a nota é consequência”.