A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), junto com o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace), está realizando a quinta edição da Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes das Universidades Federais.
Nessa edição, diferentemente das anteriores onde apenas uma amostra era convidada a responder ao questionário, todos os estudantes das instituições federais de ensino superior do país serão convidados a participar da pesquisa durante o período de matrícula.
“Ao acessarem as áreas reservadas à realização do registro pessoal, nos respectivos portais de suas universidades, os alunos irão encontrar um banner-convite, com link de acesso ao questionário”, explica a coordenadora da pesquisa, professora Patrícia Vieira Trópia. Isso permitirá que a conclusões possam ser segmentadas não apenas pelas regiões do país mas para cada IFE.
Estudos anteriores, também realizados pela Andifes, mostram que, entre 2003 e 2014 o número de alunos negros triplicou no ensino superior federal e o grupo de negros pardos passaram a representar nos últimos três anos 47,5% do total de estudantes das universidades federais.
A organização destaca ainda que dois terços dos universitários têm origem em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo. O total do país ultrapassa os 66% do total de graduandos das IFES, sendo que nas regiões Nordeste e Norte esse universo alcança mais de 76% dos estudantes de cada região, um número realmente expressivo. Os dados desmistificam a ideia de que os estudantes do ensino superior têm condições de bancar do próprio bolso as universidades públicas.
Segundo a Andifes, o aumento da inclusão de jovens com esse perfil foi possível graças a políticas sociais considerando os processos seletivos massivos, como o ENEM, a criação de mais de 300 campi no interior do País e a Lei de Cotas, criada em 2013, e que garantiu o ingresso de 32% dos estudantes que compõem o corpo discente das 63 universidades federais brasileiras.
O estudo é fundamental por gerar subsídios para políticas públicas e diagnóstico de como está constituído o corpo discente das universidades, com a finalidade de auxiliar nas demandas de assistência estudantil. Os indicadores gerados pela pesquisa também auxiliam no aumento da eficiência da gestão dos recursos públicos destinados às universidades federais.
De acordo com o coordenador do Fonaprace, professor João de Deus Mendes, “a V pesquisa é resultado do aperfeiçoamento das anteriores e servirá de base para redefinição de políticas de assistência estudantis nas IFES e, sobretudo, como base de dados relevante para pesquisas, bem como instrumentalização na defesa da universidade pública, gratuita, de qualidade e que preconize a assistência estudantil como política de garantia da permanência e êxito desses discentes. ”
(Com informações da Andifes)